terça-feira, 6 de maio de 2008

O FIM DE UM AMOR

Foi aberta a porta da ternura não compreendida
Deitada sobre a placidez de um rosto vivo
Exalando por todos os poros a vontade de viver...
Libertou-se a borboleta sagrada, de alma desgarrada
Do encontro em desatino e procura constante
Vê-se no rosto a carícia sobre a fronte sofrida
Dentro de um corpo leve, solto, a flutuar, voar...

A verdade de uma existência presente e constante
Um sorriso claro e confiante de quem sabe que cativou
À primeira vista, uma mulher vazia e tola,
Mas no fundo um pessoa grande e bela
Que se mostra como é e por isso não é compreendida
E que a todos se dá e vive sem ser conhecida...

Mas no fundo do meu silêncio, no fundo da minha entranha
Te descobri e te vejo, não com os olhos de quem vê,
mas com os olhos de quem te enxerga
e enxergar é descobrir, e descobrir é amar...
E amar é teu destino
Mesmo que seja para deixar a dúvida
Mesmo que seja para fugir da briga
Mesmo que seja para viver sofrendo...

Sei que andastes triste estes dias
e tive vontade de te estender a mão
e te perguntar o que houve
mas tive medo de não ser compreendido...

Te admiro pela pessoa que você é
sem deixar margens para qualquer dúvida.
Hoje te confio essa minha admiração...
Pouco sabes de mim, por que pouco falo,
Não pretendo sair do meu anonimato.
Sou um encontro fraco de procuras
Mas terei eternamente em meu peito
A lembrança do teu caminho, hoje presente...
(16 de outubro de 1973)

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